"Europa da Defesa" promovida por Merkel e Hollande

Angela Merkel, François Hollande e os seus homólogos políticos de quatro países da Europa Central, reunidos na quarta-feira em Varsóvia, viram a crise económica como uma oportunidade de relançar a "Europa da Defesa", ainda no limbo.
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"Na hora da crise financeira global persistente e do seu impacto negativo nos orçamentos da Defesa, devíamos concentrar-nos no reforço da cooperação multinacional", afirmaram os ministros da Defesa dos seis países, como prelúdio a esta cimeira inédita, citados pela agência AFP.

Pela primeira vez, os dirigentes da Alemanha e da França foram recebidos simultaneamente pelo designado Grupo de Visegrado, um clube diplomático informal que junta Polónia, República Checa, Eslováquia e Hungria, há cerca de vinte anos, para reforçar a sua integração na União Europeia (UE) e na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).

Esta cimeira visa preparar um Conselho Europeu, previsto para dezembro, que vai ser consagrado ao reforço da "Europa da Defesa".

Para os seis países reunidos hoje, a europa deve permitir a partilha e a coordenação do esforço de defesa europeu, incluindo a indústria.

Os ministros da Defesa especificaram que "a NATO e a UE devem cooperar de forma mais estreita, para que as suas iniciativas se completem e se reforcem mutuamente (...) sem duplicar os seus esforços inutilmente".

A chefe do Governo alemão, Angela Merkel, afirmou: "É evidente hoje que ninguém pode fazer tudo sozinho e que queremos assumir em conjunto a responsabilidade pela nossa segurança europeia", sublinhando a necessidade de "reforçar" a cooperação na Europa da Defesa.

"Só posso apoiar" a declaração dos ministros da pasta, afirmou.

No mesmo sentido, o Presidente francês, François Hollande, corroborou: "Se os orçamentos militares diminuem, as ameaças aumentam. É preciso portanto solidariedade, partilha, estratégia".

A Europa só consagra 1,6 por cento do Produto Interno Bruto à Defesa, o que compara com cinco por cento no caso dos EUA.

Em 2011, as despesas militares caíram na UE para cerca de 180 mil milhões de euros, o que compara com mais de 200 mil milhões há cinco anos.

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